Pegou 225 anos de cadeia, o máximo que ele poderá ficar fechado é 40 anos, desabafa.

Autora do pacote anti-feminicídio, a senadora Margarethi Buzetti (PSD) – após acompanhar o Tribunal de Júri de Gilberto Rodrigues dos Anjos autor da chacina de Sorriso – critica o modelo de execução penal brasileiro que, mesmo com a imposição de penas altas, favorece criminosos que cometem crimes brutais.
“Uma sensação de impotência tão grande de ver o que aconteceu nessa cidade por um homem perverso, um homem mau, um homem horroroso, um homem que matou com os maiores requintes de crueldade quatro mulheres, quatro. Pegou 225 anos de cadeia, o máximo que ele poderá ficar fechado é 40 anos”, desabafa.
Gilberto foi condenado a 225 anos de prisão pelos crimes de estupro, estupro de vulnerável e feminicídio, cometidos contra Cleci Calvi Cardoso, de 46 anos, e as filhas Miliane Calvi Cardoso, de 19 anos, M.C.C, de 13 anos, e M.G.C, de 10 anos, em Sorriso. Crime chocou o país pela brutalidade.
A senadora, que acompanhou todo o julgamento, ressalta que foi difícil ver a dor da família. “A justiça foi feita, a justiça dos homens, eu espero que a justiça divina também venha, porque só essa justiça pode aliviar a dor no coração dessa família. O que eu vi hoje me deixou mais determinada a lutar por penas mais justas”.
Caso
Cleci Calvi Cardoso, de 46 anos, e as filhas Miliane Calvi Cardoso, 19 anos; M.C.C, 13; e M.G.C, 10 foram estupradas e assassinadas dentro de casa, em novembro de 2023, na cidade de Sorriso (a 420 km de Cuiabá).
O crime aconteceu em uma residência na Travessa Dezembro, no bairro Florais da Mata. A mãe e as três filhas foram encontradas nuas assassinadas dentro de casa. Os corpos foram encontrados em cômodos diferentes e com várias perfurações de facas, incluindo degolamento. As crianças estavam no quarto. Já os corpos da mãe e da filha mais velha foram achados no corredor da casa.
De acordo com o delegado responsável pela investigação, Bruno França, o crime foi premeditado, uma vez que Gilberto estava próximo da casa das vítimas e conseguiu observar a rotina delas. “A premeditação é óbvia, porque ele morava na obra ao lado do local do crime e, como todo predador sexual, já vinha espreitando as suas vítimas. […] Ele foi preso com roupas íntimas das vítimas. Não há maior demonstração de que se trata de um predador em série”, disse França durante coletiva de imprensa, à época da prisão.
Conforme a Polícia Civil, durante o seu depoimento, Gilberto disse que abusou sexualmente da mãe e das duas filhas mais velhas enquanto elas agonizavam. Ele ainda relatou que atacou primeiro a genitora.


