O desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), avalia que os
principais nomes das facções criminosas em Mato Grosso comandam o crime de dentro das
cadeias. Esse “generalato”, conforme o magistrado, consegue driblar o sistema penitenciário,
tendo acesso a celulares, drogas e armas.
“Não é um problema fácil de ser resolvido. Não é um problema fácil. Veja vocês, é muito difícil nós controlarmos a entrada de drogas, de celulares, até de armas dentro do sistema prisional. Nós temos hoje o crime organizado tentando introduzir através de drones, através de mulas, através de corrupção de agentes penais”, avaliou o magistrado.
Conforme Perri, um celular dentro de uma unidade prisional vale aproximadamente R$ 20 mil. O valor elevado faz com que diversas pessoas se arrisquem a entrar no sistema penitenciário com aparelhos de comunicação. Ainda segundo o magistrado, os principais beneficiados são chefes de facções.
“Os líderes das nossas organizações criminosas estão dentro do presídio. Eu costumo dizer que o generalato do crime organizado não está aqui fora, não. Aqui nós temos soldados, cabos, sargentos, talvez até um capitão e um major do crime. Mas os generais estão dentro das nossas unidades prisionais. As unidades prisionais precisam ser controladas”.
O desembargador garantiu que medidas estão sendo planejadas para conter o comando do crime de dentro da cadeia. “Nós vamos instalar aqui um sistema de monitoramento dentro das nossas unidades prisionais. Eu até tenho brincado dizendo o seguinte, vamos colocar câmeras até no banheiro, porque nós precisamos monitorar especialmente a entrada de drogas, armas e celulares. Se nós controlarmos a entrada de celulares, nós vamos silenciar o Generalato, o comando do crime organizado com os soldados aqui fora”, finalizou Perri.


