Gilberto Figueiredo garantiu que o Governo de MT está pronto para contribuir com as investigações
O secretário estadual de Saúde Gilberto Figueiredo (União Brasil) disse que acredita na inocência da ex-adjunta da pasta, Caroline Campos Dobes Conturbia Neves, que pediu exoneração do cargo na última sexta-feira (06), após ser alvo da Operação Panaceia, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e Controladoria-Geral da União (CGU). A ação investiga suposto desvio de verbas públicas do Sistema Único de Saúde (SUS), no Hospital Regional de Cáceres (a 225 km de Cuiabá).
“Sempre vou acreditar na inocência enquanto não houver prova nenhuma que possa incriminar alguém. Temos que dar direito à ampla defesa, ao contraditório. É assim que temos nos comportado. Nas vezes anteriores, não houve prova nenhuma. Tanto que o juiz, por duas vezes, a inocentou. Quero crer que vai ser assim novamente”, declarou Gilberto Figueiredo, lembrando que a ex-adjunta foi alvo da Operação Espelho da Polícia Civil, mas as denúncias do Ministério Público Estadual (MPE) que poderiam torna-la ré não foram aceitas pelo Judiciário.
“Sempre tratamos assuntos desta natureza, contribuindo com as investigações. A secretaria e o Governo do Estado, sempre que foi solicitado, forneceu as informações necessárias. É um processo que corre em segredo de Justiça. A secretaria-adjunta entendeu que para ficar livre para fazer sua defesa, era melhor ficar livre do cargo. Ela pediu exoneração e nós vamos adotando as medidas necessárias com orientação da Procuradoria-Geral do Estado (PGE). Nós sequer temos acesso ao processo”, completou.
Depoimento
Caroline prestou depoimento por videoconferência, nessa segunda-feira (09) acompanhada de seu advogado. Ela negou qualquer envolvimento no suposto esquema. A ex-secretária-adjunta também disse que é alvo de perseguição e que não tinha poder de decisão nesses casos, atribuindo à responsabilidade a Gilberto Figueiredo.
Operação Panaceia
A Operação Panaceia apura suposta fraude em licitação e associação criminosa que teriam resultado no desvio de recursos públicos do SUS. As investigações contaram com a atuação da CGU, que promoveu auditoria e apontou irregularidades em contratações realizadas para o Hospital Regional de Cáceres.
Segundo as investigações, as fraudes teriam iniciado durante a pandemia da Covid-19, quando servidores públicos e agentes privados se associaram para direcionar recursos da saúde a um grupo fechado de empresas, cujos sócios possuem ligação entre si, prejudicando a participação de outros interessados.
Antes mesmo da assinatura dos contratos, a PGE emitiu parecer alertando sobre irregularidades aos servidores públicos envolvidos, mas as contratações prosseguiram normalmente.
A soma dos recursos federais destinados às empresas do grupo empresarial envolvido nas apurações totalizou cerca de R$ 55 milhões até agosto de 2024, com maior concentração no período de pandemia.
De acordo com a SES/MT, o Hospital Regional de Cáceres atua como referência para 23 municípios, atendendo uma população de aproximadamente 400 mil habitantes.


