
Em avaliação de seu primeiro ano de mandato, a prefeita de Várzea Grande, Flávia Moretti
(PL), afirmou que o maior desafio enfrentado tem sido a dificuldade de interlocução com a
Câmara Municipal de Vereadores. Ela atribui a resistência ao fato de ser um “rosto nova”
na política e admitiu que o fato de ser mulher também tem peso.
“A minha dificuldade é eles aceitarem eu, novata na política, sequer fui vereadora, e já
cheguei como prefeita da segunda maior cidade do Estado de Mato Grosso, aquela que
ninguém previa”, declarou em entrevista nesta quinta-feira (4).
A prefeita justificou suas dificuldades citando o elevado número de vereadores de
oposição, os quais, segundo ela, são oriundos de uma “cultura política” diferente da atual
em Várzea Grande. É importante lembrar que ela é atualmente alvo de uma Comissão
Processante que pode levar à cassação de seu mandato, devido a uma suposta
irregularidade relacionada à inserção do slogan institucional de sua gestão nos
uniformes escolares da rede municipal.
Questionada se essa dificuldade seria também pelo fato de ser mulher, Flávia Moretti
admitiu ter sentido a diferença em alguns momentos, mas minimizou o fator.
“Não vou mentir e ser vitimista, mas tem momentos que eu senti sim que subjugavam a
questão da mulher. Mas assim, o fato é política. O fato é que eu entendo que pelo número
de vereadores de oposição, eles tiveram essa dificuldade de um diálogo comigo”.
A prefeita, no entanto, acredita que a situação “já vem sendo acomodada”. Como
exemplo, mencionou a participação de 11 vereadores, nesta quinta-feira, na entrega de
relatórios técnicos à Comissão de Saneamento da Câmara sobre estudos para a
concessão do Departamento de Água e Esgoto (DAE).
“Quem tem acompanhado momentos que eu estou com vereadores, como vocês
[jornalistas] puderam acompanhar aqui, são vereadores, estão vendo que eu tenho um
diálogo, converso, atuo com eles. Então está sendo acomodado isso, eu estou
conquistando a confiança deles”.


