Marcrean Santos afirma que apresentou nome errado somente para ironizar médico
O vereador Marcrean Santos (MDB) negou que tenha dado carteirada para tentar entrar em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no antigo Pronto Socorro Municipal de Cuiabá. Segundo o parlamentar, os parentes de uma das pacientes o procuraram por estarem há 30 dias sem receber informações sobre o quadro clínico e ele foi ao local para fiscalizar a situação, entrando na unidade sem saber que era proibido.
“Eu estou esclarecendo o que aconteceu e não me defendendo porque eu não invadi UTI. Chegando lá, eu pedi para o pessoal me esperar lá fora e entrei. Não tinha ninguém lá para me falar se podia ou se não podia, era a primeira vez que eu entrava em uma UTI”, disse Marcrean à imprensa, nesta terça-feira (25).
Na denúncia, o médico Marcos Vinicius Ramos diz que Marcrean usou do fato de ser vereador para entrar no local e para ameaça-lo dizendo que iria ligar para o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) e para o secretário de Saúde, Deiver Teixeira. O parlamentar nega que tenha dado “carteirada”.
“Eu não ameacei ninguém. Eu apenas liguei para o secretário de Saúde informando que eu estaria entrando no Pronto Socorro para obter informações do quadro clínico da Vilma. Eu nunca precisei e nem mostrei a minha carteira para ninguém”, disse Marcrean.
O vereador enfatizou ainda que após falar que queria informações sobre a paciente, o médico Marcus Vinícius perguntou quem era ele, momento que se identificou como vereador Marcrean.
Mesmo assim, segundo Marcrean, o médico continuou questionando quem era ele, momento em que acabou falando outros nomes apenas para ironizar o profissional.
“Ele sentou, vestiu o jaleco e disse para os outros dois médicos que estavam lá que eu tinha dado carteirada nele. Dentro da UTI, ele afirmou que ia registrar um boletim de ocorrência contra mim, pegou um papel, uma caneta, e disse que queria meu nome completo. Ele já tinha perguntado três ou quatro vezes meu nome e eu respondido. Ele estava com ironia. Foi quando eu disse que podia colocar o nome que ele quisesse, João Maria, Chico das Couves”, explicou.
Marcrean afirma estar tranquilo quanto aos pedidos de cassação protocolados na Câmara, mas diz que é estranho esse mesmo tratamento não ter sido dado para os vereadores da oposição.
“O que me assusta é que na época de pandemia, os vereadores da oposição fizeram vídeo expondo, entrando, fazendo o que quis e nunca teve uma situação de pedido de cassação nessa casa. Então quer dizer que a oposição pode fiscalizar, o líder do prefeito não pode?”, concluiu.
O médico protocolou a denúncia contra Marcrean na Câmara de Cuiabá. No entanto, o pedido, que poderia resultar na cassação do mandato do parlamentar, foi rejeitado por falta de documentação. O médico não confirmou se irá reapresentar o pedido.
No entanto, ainda existem mais duas representações contra Marcrean. Uma protocolada pelo Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT), na tarde desta quinta-feira (20), acusando o emedebista de invadir a UTI e colocar a vida dos pacientes em risco.
A outra foi protocolada pelo veador Dr. Luiz Fernando (União Brasil), que acusa Marcrean de falsidade ideológica por ter se apresentado como “José Maria” ao entrar na unidade de saúde.


