O presidente do Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT), conselheiro Sérgio Ricardo,
recebeu, nesta última quinta-feira (9), uma série de reivindicações dos trabalhadores da
limpeza do estado. Em ofícios entregues pelo Sindicato dos Trabalhadores de Limpeza
Urbana, Limpeza Pública, Áreas Verdes e Ambiental (Sindilimp/MT), os documentos apontam
para jornadas exaustivas e falta de condições básicas de trabalho para garis de todo Mato
Grosso.
Diante da solicitação, o presidente reforçou o apoio do Tribunal à categoria, garantido por
meio do acompanhamento das contratações feitas pelos municípios. Ele disse que está
discutindo como é a vida do gari, que deveria trabalhar de 6 a 8 horas e, “segundo denúncias,
está trabalhando até 16 horas sem remuneração adequada, recebendo comida estragada e
sem acesso a banheiros”.
De acordo com os documentos apresentados pelo Sindicato, a situação é mais grave em
Cuiabá, onde os garis não estariam recebendo os mesmos benefícios que outros
trabalhadores do país. “Pelo que vimos, vai muito mal a relação entre a empresa licitada pela
Prefeitura de Cuiabá e os seus trabalhadores”, avaliou Sérgio Ricardo.
Na Capital, o serviço é prestado mediante acordo emergencial. “Portanto, há necessidade de
se fazer uma licitação e queremos acompanhar o edital para nos certificarmos de que
constarão todas essas preocupações. Também vamos analisar o contrato atual para ver o que é que consta lá com relação ao tratamento dos garis”, acrescentou.
O presidente do Sindilimp, Wenderson Alves Freitas, destacou que o avanço do debate deve
beneficiar entre 10 e 15 mil profissionais essenciais para a sociedade. “Estamos juntos para
demonstrar o quanto nossa categoria é importante para o Brasil e para o mundo, porque
estamos diretamente ligados à proteção do meio ambiente e à manutenção da saúde pública
de toda a população.”
Ele lembrou que a organização, oficialmente constituída em fevereiro deste ano, esteve no
Tribunal em março e foi orientada a oficializar as demandas entregues hoje. “A expectativa de
que sejamos atendidos é grande, porque desde a primeira vez que procuramos o Tribunal
encontramos as portas abertas”, pontuou.
Segundo o assessor de gestão sindical, Adauto Muniz, além das reivindicações, o Sindicato
também se disponibilizou a contribuir com a equipe técnica do TCE-MT. “Nosso objetivo é
ajudar a fortalecer a orientação sobre futuras licitações e melhorar os contratos, porque
quando o contrato não é muito bem produzido inicialmente, pode gerar prejuízo lá na ponta,
como vem ocorrendo em vários casos.”
A questão ganha ainda mais relevância diante do Novo Marco Regulatório do Saneamento
Básico, que prevê a extinção dos lixões e a instalação dos aterros sanitários nos municípios.
“Propomos um trabalho mais eficaz, para unirmos essas pontas e trazermos benefícios para o poder público, para a iniciativa privada, para os trabalhadores e para a população, que é a
maior interessada”, conclui Adauto.


