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    ‘Houve um absurdo e parcialidade; os jurados foram contaminados’: advogado rechaça juíza que mandou OAB ‘se danar’

    ‘Houve um absurdo. Uma clara parcialidade por parte da juíza’, afirmou o advogado Renato
    Carneiro em relação à fala da juíza Mônica Perri, que mandou a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MT) se danar durante o Tribunal do Júri do investigador da polícia civil Mário Wilson Gonçalves, julgado pelo assassinato do policial militar Thiago Ruiz, ocorrido em abril de 2023, na capital.

    Renato compõe a banca de Claudio Dalledone, responsável por defender o investigador
    perante o julgamento na 1ª Vara Criminal de Cuiabá, e conversou com o Olhar Jurídico na
    manhã desta terça-feira (16) no Fórum da capital, onde o julgamento deve ser retomado.
    Contudo, segundo a banca, não há condições de continuar a sessão porque o júri estaria
    “maculado (diante da parcialidade entre juíza e acusação) e os jurados que compõem o
    conselho de sentença estão já todos contaminados pelo ocorrido”.

    “Houve ontem aqui uma violação de prerrogativas, um absurdo contra estes advogados e nós acionamos a OAB, a OAB se fazia presente por meio da comissão de prerrogativas, quando então a juíza aumentou as ofensas, não só os advogados que funcionavam em plenário, mas também a própria instituição, determinando, afirmando que a OAB se danasse, quando então a comissão se levantou e ela determinou que as forças policiais retirassem os advogados do plenário”, afirmou o advogado.

    De acordo a banca, o que teria motivado a confusão foi a suposta parcialidade da juíza, que se mantinha silente ante as provocações da acusação, mas reprimia as ações defensivas.
    “Há ali uma clara parcialidade por parte da juíza. A todo tempo, de uma forma indelicada, mal educada, a acusação por parte do promotor Rodrigo instigava, provocava a defesa e a juíza se mantinha silente, de braços cruzados. Quando a defesa se insurgia, ela repelia a defesa, ela mostrava a todo tempo uma parcialidade que estava evidente e clara. Foi então que nós acionamos a comissão de prerrogativas, que se fez logo presente e piorou a situação quando a comissão ali estava”, completou.

    Foi então que, durante o depoimento de uma testemunha de defesa, ante as insurgências
    defensivas e o acionamento da OAB, que a juíza mandou a categoria “se danar”.
    Em um vídeo compartilhado nas redes sociais, o advogado Cláudio Dalledone Júnior mostrou que o desentendimento ocorreu no momento em que um delegado era inquirido.
    Dalledone disse que a defesa vinha sendo cerceada, tendo suas prerrogativas violadas. Por
    causa disso, acionaram o setor de prerrogativas da OAB, que os atendeu e compareceu à
    sessão. Quando o advogado disse que a OAB estava assistindo, a juíza então teria dito “que se dane a OAB”

    Um trecho da confusão foi filmado. No início do vídeo, a defesa questiona a magistrada se ela disse “a OAB que se dane”. Ela então responde: “que se dane uai, vocês estão aí só levantando ‘OAB, OAB’, mantenha o respeito”. Em seguida a juíza manda retirar os advogados da sala. Diante da situação, o júri foi suspenso e remarcado para as 9h30 desta terça. A banca, contudo, protesta contra a continuação e afirma que a sessão deverá ser novamente adiada. “Não há mínima possibilidade de continuar com esse julgamento, os jurados assistiram todo esse teatro de horror, já estão contaminados, não conseguirão julgar com a isenção devida”, completou Renato ao Olhar Jurídico.

    A presidente da OAB-MT, Gisela Cardoso esteve presente no Fórum nesta manhã (16) junto
    com o vice-presidente Giovane Santin, o presidente do TDP, Pedro Neto, conselheiros federais e estaduais e advogados e advogadas para garantir as prerrogativas e o livre exercício profissional.

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