A defesa de Dejair Silvestre dos Santos reafirmou a convicção de inocência de seu cliente
A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou uma denúncia contra Dejair Silvestre dos Santos, ex-PM que realizava a segurança do lobista investigado por venda de sentenças no Superior Tribunal de Justiça (STJ), Andreson de Oliveira Gonçalves. Dejair está sendo investigado por obstrução de investigação sobre organização criminosa. A informação foi publicada pela Folha de São Paulo, nesta terça (04).
De acordo com a acusação, o suspeito teria avisado Andreson sobre o mandado de busca e apreensão determinado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Cristiano Zanin, além de esconder um celular dos policiais.
Dejair foi preso pela Polícia Federal no dia 3 de outubro deste ano em Primavera do Leste (231km de Cuiabá).
Conforme informado pela Folha de S. Paulo, a denúncia foi assinada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet. Em nota, a defesa do ex-PM reafirmou “sua convicção na inocência do cliente, que nega ter praticado qualquer ato com a intenção de obstruir investigação judicial” e ainda solicita que o caso saia do Supremo, pois seu cliente não possui foro especial.
“Com o oferecimento da denúncia pela Procuradoria-Geral da República e o requerimento de análise de declínio de competência, em razão de o denunciado não constar no rol do art. 102, inciso I, alínea “b”, da Constituição Federal, é natural que o ministro relator delibere pelo envio dos autos à primeira instância, onde os fatos poderão ser amplamente apurados com observância do contraditório e da ampla defesa”, declarou a defesa de Dejair.
O advogado Lucas André Curvo de Carvalho Teles Figueiredo, que representa Dejair, reitera ainda que “nenhum elemento concreto demonstra dolo ou intenção de embaraçar investigações, e que todas as condutas atribuídas serão devidamente esclarecidas no curso do processo”.
A prisão
Dejair Silvestre dos Santos, policial militar aposentado, foi preso pela Polícia Federal no dia 3 de outubro por obstrução da justiça, durante cumprimento de mandados de busca e apreensão em mais uma fase da Operação Sisamnes, que apura um suposto esquema de venda de decisões judiciais envolvendo advogados, lobistas, empresários, assessores, chefes de gabinete e magistrados. O militar foi preso em Primavera do Leste (a 231 km de Cuiabá), na casa de Andreson de Oliveira Gonçalves, lobista apontado como nome central do esquema.
