
Cuiabá, 17 de setembro de 2025 — A pouco mais de um ano das eleições de 2026, o cenário político em Mato Grosso se transforma em um verdadeiro quebra-cabeça. Coligações, federações e acordos de bastidores começam a se delinear entre os principais grupos políticos, mas as divergências de interesse e os nomes colocados à disposição tornam o processo de formação das chapas um desafio que exige habilidade e articulação.
No campo da direita, que reúne os maiores nomes em evidência, três pré-candidatos ao governo do Estado estão no tabuleiro: o ex-vice-governador Otaviano Piveta, apoiado pelo grupo ligado ao atual governador Mauro Mendes (União Brasil); o senador Wellington Fagundes (PL), que tem a nora, a deputada estadual Janaína Riva, como aposta para o Senado; e o deputado federal José Medeiros (PL), que conta com o aval do ex-presidente Jair Bolsonaro, que também já manifestou apoio ao nome de Mendes para o Senado.
Nesse ambiente de negociações, o chefe da Casa Civil de Mato Grosso, Fábio Garcia (União Brasil), trouxe mais clareza à sua posição. Em entrevista, o deputado federal licenciado afirmou que pretende disputar a reeleição em 2026, mas destacou que as discussões de composição devem ganhar força apenas no próximo ano. Ainda assim, Garcia não deixou de defender publicamente um arranjo que, segundo ele, atenderia aos anseios de seu grupo político.
“O projeto federal é natural, vou buscar a reeleição. Agora, a formação das chapas deve ser discutida a partir de março do ano que vem. Mas eu já disse e reafirmo: defendo Otaviano Piveta para o governo, Mauro Mendes e Jaime Campos para o Senado. Essa é a chapa que melhor acomoda os interesses do União Brasil e das forças que hoje estão no governo”, afirmou.
A fala de Garcia reforça a tese de um “chapão” para 2026, reunindo Piveta como candidato ao governo, Mauro Mendes e Jayme Campos ao Senado. A costura, no entanto, ainda enfrenta resistências, especialmente pela necessidade de acomodar nomes do PL, como Wellington Fagundes e Janaína, que contam com o respaldo da cúpula nacional do partido e da base bolsonarista.
Outro ponto que divide opiniões é a participação do senador Jaime Campos (União Brasil), que, segundo Garcia, tem plena legitimidade para buscar a reeleição. “O Jayme é senador da República e tem o direito de pleitear a recondução. Acho que o União Brasil deveria trabalhar com essa possibilidade”, defendeu o chefe da Casa Civil.
Enquanto isso, outros nomes ainda tentam se viabilizar no debate eleitoral, como o do empresário Antônio Galvão, lembrado pelo deputado estadual Gilberto Cattani (PL), mas que ainda não conseguiu respaldo político significativo.
Com tantas peças no tabuleiro, a formação da chapa majoritária em Mato Grosso segue indefinida. O “chapão” defendido por Fábio Garcia aparece como uma proposta que fortalece o grupo do governo, mas que inevitavelmente pressiona os aliados do PL a repensarem suas estratégias para 2026.
veja


