Paula Calil avalia que o prefeito Abilio está mal-informado sobre o andamento dos trabalhos no Legislativo

A presidente da Câmara de Cuiabá Paula Calil (PL) se mostra incomodada com as declarações do correligionário e prefeito Abilio Brunini, que reclamou da condução dos trabalhos da CPI da CS Mobi, que investiga o contrato da Parceria Público-Privada (PPP) de 30 anos entre a Prefeitura da Capital e a empresa que explora o estacionamento rotativo na área central da cidade.
“A CPI da CS Mobi, de maneira nenhuma, nem a CPI dos Fios também não vão acabar em pizza. Aqui nesta Casa a CPI vem fazendo as oitivas, tudo dentro da regularidade. Os vereadores estão empenhados em dar esse retorno à sociedade”, assevera Paula, em entrevista à imprensa na manhã desta terça (16), sobre os trabalhos conduzidos pelo vereador Rafael Ranalli (PL), que projeta concluir os trabalhos do grupo ainda neste mês.
Conforme a parlamentar, a comissão sobre o estacionamento ouviu todas as partes envolvidas e já conseguiu apontar aquilo que está errado e certo dentro do processo de concessão, que foi conduzido pela gestão Emanuel Pinheiro (MDB). Sobre os questionamentos de Abilio, Paula avalia que o correligionário não teve acesso à informação correta porque todas as pessoas envolvidas foram ouvidas, tendo sido apurado à fundo as questões da PPP do rotativo e também da fiação abandonada
“O prefeito precisa saber dos andamentos da CPI antes dele dar as declarações. Uma vez que ele é um prefeito que tem uma voz ativa nas redes sociais, quando ele se posiciona fica de uma forma negativa, como se os vereadores não estivessem fazendo o seu trabalho, não estivessem atuando. Isso é ruim perante à população. Mas, eu estou aqui para falar que a Casa está trabalhando sim, que a CPI da CSMob fez todas as oitivas e vai entregar o seu relatório final, a CPI também dos fios da mesma forma, e nós temos mais outras CPIs em andamento onde estão sendo ouvidas as pessoas envolvidas”.
Ela frisa que, em relação aos fios asbandonados, a Energisa detém a concessão dos postes e aluga para as empresas de telecomunicações, mas sem controle. “Está uma bagunça, uma baderna na cidade, e a gente precisa resolver esse problema. Nós temos uma lei desde o ano de 2020 e ela precisa sair do papel e a Energisa precisa ser acionada, né, a gente precisa resolver essa questão”.
Críticas e tensão
Nesta segunda (16), Abilio disse ter a sensação de que a CPI não quer continuar investigando e que isso lhe dá uma sensação estranha. “Eu percebi nos comentários que a CPI quer encerrar logo. Não sei se isso é verdade. Acho que cabe vocês perguntarem para o Ranalli, para a Maysa e para o Dilemário, mas eu acho que essa CPI deveria continuar investigando, porque tem muita coisa ainda para ser investigada. Tem que ouvir as pessoas que participaram da elaboração”, disparou ele, relembrando suspeitas na formatação do contrato.
Diante das falas, Rafalli reconheceu que ficou chateado com a situação e saiu em defesa dos trabalhos da Comissão. O prefeito, por sua vez, pediu para ser ouvido pela CPI e o líder da prefeitura e relator Dilemário Alencar (União) promete convidar Abilio antes de concluir o seu relatório.


