Mauro Mendes ressalta que a maior parte dos crimes acontecem dentro de casa e que o governo faz campanhas de conscientização

O governador Mauro Mendes (União) defende que o governo tem feito tudo que é possível para tentar salvar as vidas das mulheres, que vivem ciclo de violência e não crê na efetividade de uma eventual CPI para investigar o tema. “Toda contribuição é bem-vinda, agora o governo tem clareza que tudo que nós podemos fazer, nós estamos fazendo”, disse em entrevista à imprensa, ao ser questionado sobre o fato da deputada Edna Sampaio (PT) ter anunciado que conseguiu as 9 assinaturas necessárias para abrir a Comissão.
Pelo segundo ano consecutivo, Mato Grosso registrou a maior taxa proporcional de feminicídios do país em 2024, segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública. No ano passado, 47 mulheres foram assassinadas por motivação de gênero no estado, o que representa uma taxa de 2,5 casos por 100 mil habitantes, a maior do Brasil.
“Mais de 70% dos feminicídios aconteceram dentro de lares que, infelizmente, o governo não pode colocar um policial dentro dos lares. E lares onde não tinha nenhuma medida protetiva, muitos desses cidadãos não tinham cometido nenhum crime, nenhuma multa de trânsito. Como é que você vai entrar para dentro desse lar e proteger essas mulheres? Nós temos que combater a cultura da violência, a cultura do desrespeito, e o governo está fazendo isso”, argumenta Mauro.
Neste final de semana mais uma mulher foi assassinada em Mato Grosso. Ana Paula Abreu Carneiro foi morta a facadas neste domingo (24) em Sinop (a 500 km de Cuiabá). O suspeito do crime é o namorado da vítima, que foi preso em flagrante.
Conforme o governador está no ar uma campanha que fala sobre o crime e a lei da senadora Margareth Buzetti que impôs penas mais duras, de até 40 anos, aos feminicidas. “As pessoas precisam saber das consequências dos seus atos para saber que isso pode também impactar muito fortemente na sua vida e mudar o comportamento da sociedade”.
Em suas redes sociais, Edna ressalta que a CPI é uma iniciativa em alusão ao Agosto Lilás, mês de conscientização sobre a violência de gênero. Para a parlamentar, o momento é simbólico. Ainda segundo ela, o objetivo não é apenas investigar, mas cobrar ações efetivas do Poder Público para tentar reduzir os números alarmantes.


