Ela estava presa preventivamente desde o último dia 30, quando foi deflagrada a Operação Sepulcro Caiado.
O ministro Ricardo Villas Bôas Cueva, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), autorizou nesta quinta-feira (7) a prisão domiciliar da advogada e empresária Denise Alonso, investigada no suposto esquema de desvio milionário da conta única do Tribunal de Justiça de Mato Grosso. Ela estava presa preventivamente desde o último dia 30, quando foi deflagrada a Operação Sepulcro Caiado.

A decisão atendeu ao pedido dos advogados de defesa, que apresentaram laudos médicos comprovando que Denise se recupera de uma cirurgia recente e necessita de repouso e cuidados específicos.
Por outro lado, o ministro manteve a prisão preventiva de sete outros investigados na Operação. Entre eles estão o STJ empresário João Gustavo Ricci Volpato, apontado como peça central no esquem, o irmão Augusto Frederico Ricci Volpato, e os advogados Wagner Vasconcelos de Moraes, Themis Lessa da Silva, João Miguel da Costa Neto, Rodrigo Moreira Marinho e Régis Poderoso de Souza.
Também permanecem em prisão domiciliar Luiza Rios Volpato, mãe de João Volpato, e Melissa França Praeiro Vasconcelos de Moraes, que está gestante.
Outro investigado, o servidor do TJMT Mauro Ferreira Filho, operador do esquema, se apresentou à polícia nesta quinta-feira após oito dias foragido.
Como funcionava o esquema
De acordo com as investigações, o grupo teria ajuizado ações de cobrança em nome de empresas e, sem que as partes rés soubessem, apresentado comprovantes falsos de depósitos judiciais para simular o pagamento das dívidas. Com a participação de um servidor do TJMT, os valores eram desviados da conta única do tribunal para processos fraudulentos, permitindo a liberação irregular de alvarás.
A Polícia Civil identificou 17 processos suspeitos protocolados entre 2018 e 2022. Um dos casos envolve a utilização indevida do nome de uma pessoa judicialmente interditada. Em outra situação, uma dívida real inferior a R$ 100 mil foi “quitada” ficticiamente com valor próximo de R$ 1,8 milhão.
A operação cumpriu 22 mandados de busca e apreensão, bloqueou R$ 21,7 milhões, sequestrou 18 veículos e 48 imóveis, além de determinar a quebra de sigilos bancário e fiscal de 46 alvos. As diligências ocorreram em Cuiabá, Várzea Grande e Marília (SP).
Os investigados podem responder por organização criminosa, estelionato, falsidade ideológica, falsificação de documentos, peculato, lavagem de dinheiro, entre outros crimes.


